Engarrafou

Num post publicado anteriormente, a respeito dos obstáculos da ciclovia da Bezerra de Menezes, falei sobre o fato de que em vários pontos a largura da ciclovia diminui, e é impossível passar dois ciclistas lado a lado. Um comentário no post (comentem mais, gente! Fico muito feliz quando isso acontece ^^) lembrou sobre a interação entre os ciclistas nesses pontos, pois sempre rola um “pode passar” e um agradecimento pela gentileza.

Uma regra meio subjetiva que adotei para essa situação foi sempre parar quando estou na contra mão e quando o ciclista que vem em sentido contrário está carregando peso. Mas confesso que não sou muito sortuda. Quando o ciclista vem sem peso nenhum ou está prestes a entrar na contra mão, ele nem sempre para, e geralmente há dúvida sobre quem vai passar. É até comum ninguém dar a vez e ambos os ciclistas passarem e ficarem com cara de bobo, de frente um para o outro.

Certa vez cheguei num desses pontos e fiquei na dúvida se passaria ou não. Atrás de mim havia algumas bicicletas, e na minha frente, vindo em minha direção, uma fila com uns quatro ciclistas. Vi nos olhos do primeiro que ele também estava indeciso. Acabamos parando os dois, com nossas respectivas filas atrás de nós parando também. Depois de alguns segundos em silêncio, nos entreolhamos e todos caímos na risada com a situação.

Foi tanta gentileza que engarrafou.

Um abraço e vamos pedalar!

Causos e percalços da ciclovia da Bezerra de Menezes

Seria cômico se não fosse trágico. Isso define bem a ciclovia da Bezerra de Menezes.

Há trechos que não fazem o menor sentido. A largura da via exclusiva para bicicletas varia o tempo todo, e mesmo quando a calçada é larga as pessoas adoram passear e fazer caminhada bem no meio da via pintada de vermelho. Isso quando não resolvem atravessar a avenida numa corrida só,  cruzando a ciclovia sem olhar para os lados. E haja susto, freio e trim-trim nessa hora.

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A ciclovia passa em frente a uma das sedes do Detran, o que não impede que motoristas façam retornos proibidos aproveitando o sinal verde para as bikes. O espaço também se tornou um ótimo atalho para motociclistas.

Outro detalhe: tem uma porção de árvores bem no meio ou espalhadas pela largura do espaço que deveria ser para os ciclistas, transformando a pedalada numa partida de pitfal.

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Não me leve a mal. Sou a favor das árvores e acho que nunca passei por um contexto onde achasse que uma devesse ser derrubada.  Passar por suas sombras inclusive proporciona uma refrescância maravilhosa, além de ser uma delícia ouvir o som dos pássaros que chegam com galhinhos no bico para fazer seus ninhos.

Não quero que cortem as árvores da Bezerra. Gostaria é que a ciclovia comportasse a elas e aos ciclistas em harmonia. Fortaleza precisa de árvores e de fortalezenses embaixo delas.

Quanto aos caminhantes, seria bom que entendessem que é preciso ocupar calçadas.  Nos trechos em que elas são estreitas demais, que ao menos tivessem atenção. Já onde a calçada é ampla, não há justificativa para passear pelo pavimento vermelho.

Mas parece que falta praça e falta árvore nessa cidade. E a situação das calçadas também não é boa. Aí quando as pessoas veem algum espaço assim, protegido dos carros e ainda por cima arborizado, acabam por não se conter. Se por um lado há irritação,  por outro dá alegria ver a disposição de quem sai detrás das grades para fazer exercícios ao ar livre.

O jeito é continuar no trim-trim e torcer por melhorias.

Um abraço e vamos pedalar!